Mesmo com as negociações terem ido até a véspera da votação, envolvendo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o vice Michel Temer, não houve avanços. Levy conversou primeiro com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que por telefone defendeu o projeto da entidade que preside. Ele circulou nos últimos dias entre senadores em busca de apoio a mudanças sugeridas pela Fiesp.
Pelos cálculos da Receita, obtidos pelo Estado, a proposta da Fiesp aumentaria o número de empresas "perdedoras" a 51,1 mil companhias, ante 37 mil pelo projeto original do governo. A entidade sugeria uma elevação mais suave das alíquotas que incidem sobre o faturamento das empresas, das atuais 1% e 2% para 1,5% e 3%, respectivamente, mas não permitiria uma "porta de saída" da medida. Já o projeto do governo, que conta com um aumento mais forte das alíquotas, a 2,5% e 4,5%, respectivamente, conta com a possibilidade de as empresas migrarem para o regime antigo de tributação, sobre a folha salarial.
Eunício disse que preferiu acatar o texto da Câmara para virar a página da "pauta negativa" do ajuste e começar a discutir uma retomada de crescimento, a partir da "Agenda Brasil" do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). E mandou um recado ao Planalto. "É hora de o governo reforçar os mecanismos de interlocução com a sociedade, seus empresários, suas associações de classe e demais instituições organizadas, de forma a apresentar opções negociadas que joguem alguma luz para o futuro."
A oposição protestou contra a aprovação do texto. "Esse projeto é um golpe no emprego", criticou o líder da oposição, Alvaro Dias (PSDB-PR).
Fonte: Estadão

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