A falta de liderança é a pior dimensão da crise atual e enfrentá-la exige maior mobilização da sociedade civil — do empresariado, principalmente — que, contudo, se omite.
A leitura foi feita por Jorge Gerdau, presidente do conselho de administração da Gerdau, e Pedro Passos, sócio fundador da Natura, durante o CEO Summit SP, evento para empresários que ocorreu em São Paulo nesta quinta-feira (22).
"Vocês acham que vem algo do Congresso se o deixarmos correr solto?", questionou Gerdau, defendendo uma atuação mais incisiva do empresariado para pressionar o governo. "Hoje, não estamos atendendo as nossas responsabilidades sociais e políticas", disse, seguido de aplausos da plateia.
Para o empresário, a solução para a crise é "tecnicamente evidente", mas travada por um impasse político, referindo-se à lentidão com a qual o ajuste fiscal proposto pelo governo federal caminha no Congresso.
O maior problema, porém, está na falta da definição de rumos para o país por uma liderança nacional. Passos criticou o governo Dilma Rousseff por ter apenas estendido e repetido a plataforma criada por Lula, centrada em políticas sociais, sem definir o próximo passo do país.
Apesar dos erros, ele se diz otimista com o fortalecimento de uma agenda "de tom mais liberal" -um Estado menor, menos intervencionista e mais eficiente.
COPO MEIO CHEIO
"O meio empresarial brasileiro nunca esteve tão contaminado pelo pessimismo", disse Cláudia Sender, presidente-executiva da TAM no painel de abertura do evento.
Embora reconheça que o momento seja difícil, Sender defendeu que o país já passou por momentos piores e que a crise também oferece oportunidades para quem saiba priorizar investimentos e inovar. Quem paralisar agora vai sair mais fraco do que a concorrência quando a economia voltar aos trilhos, disse.
"A crise é um episódio passageiro. Se nos dimensionarmos para a crise, corremos o risco de não estarmos preparados para a bonança que inevitavelmente virá depois", afirmou, na mesma linha, Flávio Rocha, presidente-executivo da Riachuelo.
Fizeram coro ao otimismo Edgard Corona, fundador das redes BioRitmo e SmartFit, Constantino Jr., presidente do conselho da Gol, e Guilherme Leal, presidente do conselho da Natura, durante os painéis "arrumando a casa" e "olhando para a frente".
O CEO Summit é um evento anual, organizado há 12 anos, fruto de uma parceria entre a Endeavor, organização sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo, a consultoria EY (antiga Ernst & Young) e o Sebrae.
Fonte: Folha
--

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opnião sobre esta matéria!