É fato, no Brasil, a enorme taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas. Segundo uma pesquisa do Sebrae nacional, cerca de 49% dessas empresas não sobrevivem sequer dois anos após sua constituição, e outros 60% não passam de quatro anos de vida. Vários são os fatores que podem ser atribuídos a isso: o peso da alta carga tributária, o emaranhado de leis, que muitas vezes não favorecem o pequeno empresário, a falta de capital de giro, a dificuldade para obtenção de crédito e as falhas gerenciais.
Os empresários pesquisados apontaram como causas principais para o fechamento do negócio, em 42% dos casos, a falta de capital de giro. Já a falta de clientes foi elencada em 25%. Porém, quando analisadas pelo lado técnico, baseado na nossa experiência e também em dados daquela pesquisa, enxergamos o problema por outro ângulo, e podemos afirmar que isso não são causas, mas simplesmente efeitos da principal fonte do problema, que é a falta de preparo gerencial e administrativo dos empreendedores.
Como exemplo disso temos o alto grau de endividamento; ponto comercial inadequado; falta de conhecimento sobre o negócio; falta de foco no mercado a atingir e a falta de controles adequados.
Pelos dados da pesquisa, e também por exemplos do que notamos em nossa região, vemos que o problema é o mesmo em todo o Brasil. A história se passa mais ou menos assim: um ex-funcionário público, ex-autônomo ou mesmo desempregado da iniciativa privada resolve abrir seu próprio negócio. No começo, tudo vai bem, há capital de giro, o proprietário é muitas vezes um exímio vendedor ou um ótimo técnico e a empresa cresce relativamente rápido. Como o empreendimento é ainda pequeno, está tudo na sua cabeça, desde as contas a pagar, receber, caixa ao controle do estoque. Como "no início tudo é mais difícil", pode dizer o recém-empresário, ele vive com um "pé na formalidade e outro fora", não se preocupa com a aritmética tributária, ou seja, não leva em consideração o peso dos tributos na composição de seu preço de venda nem de seu lucro.
Até esse estágio, a administração vai bem, mas aí o negócio começa a crescer desordenadamente. O empresário não tem mais condições de saber como anda sua empresa, pois, às vezes, apenas com seu nível rudimentar de controles, não consegue mais ter tudo na cabeça. E é aí que ele se pergunta: Quanto devo? Quanto tenho a receber? Meu estoque está correto? Será que está havendo desvios na minha empresa? Para onde está indo meu dinheiro? Chegando a esse ponto, não dá mais para viver tão fortemente na informalidade, pois sua estrutura já está bem maior e os frágeis controles não resistem à desorganização.
Ele, então, entra em outro problema, o imediatismo, ou o famoso "apaga incêndio". Tenta-se fazer tudo ao mesmo tempo: vender, comprar, controlar o financeiro, o estoque e a parte administrativa. Muitas vezes não há pessoal preparado para delegar tarefas rotineiras e o empresário acaba imerso nas rotinas operacionais, sem as mínimas condições de pensar estrategicamente, deixando o futuro do seu negócio seriamente comprometido. E quando acontece o pior, baseado na pesquisa, em 32% dos casos o empresário não buscou ajuda adequada.
Portanto, para não incorrer nos mesmos erros, o remédio é investir em sua própria formação e, consequentemente, melhorar a gestão de seu negócio. Busque ajuda, não queira reinventar a roda. Se algo tem dado resultado em outras empresas, não tenha vergonha, copie e aplique no seu empreendimento. Para aumentar suas chances de sobrevivência, procure apoio. Instituições como Sebrae ou bons consultores farão uma transformação positiva na direção de sua empresa. Não caia na mesmice de pensar que, por sua empresa ser pequena, você não precisa se preocupar com administração, marketing, tributos, planejamento, qualidade do produto ou serviço, treinamento e capacitação de pessoal administrativo e de vendas.
Essas medidas relativamente simples são os pilares da sobrevivência e do sucesso dos outros 40% de empresas que ultrapassam a barreira dos quatro anos. Busque definitivamente fazer parte desse time. Se sua empresa já está lá, parabéns! Porém, cuidado! Nada de comodismo, pois os rumos do mercado mudam a cada segundo e o que hoje dá certo pode não se aplicar amanhã. Mas não desanime com as dificuldades, procure, antes de tudo, ser otimista e perseverante, afinal, a diferença entre vencedores e perdedores é que, na maioria das vezes, os perdedores desistiram na metade da prova. Agora, sim, faça como o bombeiro. Por mais severo que seja o incêndio, ele nunca desiste e, ao final de tudo, alcança seu objetivo que é dar cabo do fogo, mesmo que tenha sido preciso chamar reforços. Siga em frente também e tenha sucesso em seu empreendimento!
Imagem: http://www.saitoassociados.com.br/

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