Brasil Price Contábil On-line: Qual a ferramenta ideal para se manter empreendedor em tempos de mudanças e crise?

À primeira vista, alguns números podem soar animadores. Segundo pesquisa do Monitor Global de Empreendedorismo, no Brasil, o número de novos empreendedores em 2015 saltou de 29% para 44%. A taxa total de pessoas com seu próprio pequeno negócio chegou a 39,4%, a maior desde 2002, quando o índice era de 20,9%.

Contudo, conforme alerta o diretor da Brasil Price, Ronaldo Dias, "uma coisa é empreender, outra bem diferente é manter-se empreendedor". E o principal calcanhar de Aquiles dos novos "patrões" é justamente a parte financeira, aliada à tributária. "Para transformar o faturamento em lucro, é muito importante estar em sintonia com seu contador", informa Ronaldo.

40% das empresas pagam mais impostos do que deveriam. Há produtos com impostos já retidos mesmo no Simples Nacional - bebidas, cigarros, autopeças (muitas), sorvete, frutas, refrigerantes. "Você manda esta lista para o seu contador?", questiona Dias. O contador só consegue calcular adequadamente os impostos recebendo exatamente quais tipos de produtos isentos foram vendidos no mês.

Instrumento para avaliação da gestão

"A contabilidade pode ainda ser usada como instrumento para melhorar a obtenção de financiamentos e empréstimos com juros baixos nos bancos, ou para tomada decisões. Apenas com balanços dá pra saber se uma empresa corre o risco de quebrar, se as compras estão muito altas, se a empresa tem capacidade de pagar suas contas, dentre muitas outras informações valiosas", ressalta o diretor da Brasil Price.

Perguntas obrigatórias

Até mesmo para os microempreendedores individuais (MEIs), as coisas não estão tão simples. Desde o início do ano, a categoria passou a precisar de contadores para acompanhar as questões da complementação de alíquota, situação na qual é preciso calcular o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS conforme os percentuais de cada Estado sobre as compras efetuadas. Mas ainda há muitas perguntas simples que precisam ser respondidas ao abrir uma empresa:

Regime tributário - O Simples Nacional é o melhor regime sempre?

"Não necessariamente, pois depende de vários fatores, como o percentual da margem de lucro bruta, resultado efetivo da empresa (lucro líquido), local onde as mercadorias serão revendidas, se as mercadorias são importadas, etc.", esclarece Ronaldo.

O empresário Alberto Oliveira Turmina tem uma agência digital e precisou fazer uma escolha. "Depois de analisar o mercado e as questões tributárias, optei por fechar minha empresa do Simples e me tornar um MEI", conta. "O planejamento tributário é fundamental para definir o regime", completa Ronaldo.

Como vender mais barato, ganhar dinheiro e pagar menos impostos?

Por incrível que pareça, isso é possível desde que a empresa esteja bem informada sobre a carga tributária efetiva dos seus produtos, saiba os percentuais de seus custos fixos e variáveis e esteja no regime tributário adequado para sua estratégia.

Qual a estratégia para dar preço aos produtos? 100% pra todos? E os produtos de alto e baixo giro?

"Não dá mais para fazer a conta de padeiro: jogar 100% sobre o custo e cobrar o dobro", brinca o diretor. É preciso verificar quais são os produtos de alto giro ou commodities. "Há produtos que você consegue até jogar uma margem de 100%, mas outros, porém, não se pode passar de 25%. Vai depender do mercado para estes produtos". Ou seja, a empresa precisa trabalhar com várias margens de lucro por categoria de produtos.

Como anda o cadastro dos produtos?

É muito importante ter pessoas capacitadas e treinadas para fazer o cadastramento dos produtos. "É aí que mora o grande perigo de pagar mais impostos ou menos impostos, por não dar o tratamento tributário adequado para cada item. Existem consultorias e trabalhos específicos nessa área", atenta Ronaldo.

Márcio Jordano possui duas empresas, uma MEI, de prestação de serviços, e outra do Simples, para comercialização de produtos de informática. E ele precisou recorrer a uma consultoria para ajustar seus preços de mercado. "É muito diferente quando temos uma assessoria contábil mais clara e detalhada. A gente muda a percepção do negócio, principalmente ao descobrir que cada produto precisa ser analisado individualmente", relata o empresário.

Qualificação

Os empreendedores não estão desamparados neste cenário tributário tão complexo. Segundo a analista técnica do Sebrae Tocantins, Priscila Cantuário, a oferta de oficinas e treinamentos é grande, principalmente nas áreas de formalização das empresas, finanças, vendas e boas práticas na alimentação, nas quais a demanda é grande. "E todas as turmas são lotadas", reitera Priscila.

Mas, como já foi citado anteriormente, o principal desafio para os novos empreendedores é justamente dar preço a seus produtos e serviços. "É quase que unânime essa necessidade. Por isso estamos com uma nova oficina voltada para a formação de preço de venda para os MEIs", informa a analista.

Imagem: http://www.amarkanteconsultoria.com.br/